O Que Levar na Mochila em Uma Trilha de Um Dia

Saber exatamente o que levar na mochila em uma trilha pode transformar um simples passeio em uma experiência memorável—ou, se negligenciado, em uma situação de risco.

Em 2025, com o ecoturismo em alta (o Ministério do Turismo registrou mais de 12 milhões de adeptos do trekking no Brasil), a preparação tornou-se ainda mais crucial.

Trilhas curtas, muitas vezes subestimadas, exigem tanto cuidado quanto expedições longas, pois imprevistos como mudanças climáticas, lesões ou falta de recursos básicos podem ocorrer a qualquer momento.

Este guia foi elaborado com base em recomendações de guias especializados, estudos de segurança e tendências atuais em equipamentos outdoor.

Aqui, você encontrará desde os itens essenciais até dicas pouco convencionais, mas valiosas, para garantir conforto e segurança.

Seja uma trilha na Serra da Mantiqueira ou no Parque Nacional da Tijuca, a regra é clara: planejamento evita sustos.

Equipamentos Essenciais: Segurança em Primeiro Lugar

Nunca subestime a importância de itens que protegem sua integridade física.

Um relatório da Sociedade Brasileira de Salvamento em Montanhismo (SBSM) revela que 70% dos acidentes em trilhas ocorrem por falta de equipamento básico.

Levar na mochila em uma trilha um kit de primeiros socorros completo—com gaze, esparadrapo, anti-inflamatórios e até um termômetro compacto—pode evitar complicações graves.

Inclua também um corta-vento emergencial, como os modelos de mylar, que pesam apenas 50g e retêm até 90% do calor corporal.

Outro item frequentemente esquecido é o apito. Em situações de emergência, seu som alcança distâncias muito maiores que o grito humano.

Algumas mochilas modernas já vêm com apitos integrados no fecho do peito, uma solução prática para quem busca minimalismo.

A iluminação também merece atenção. Lanternas de cabeça com leds recarregáveis (como as da marca Black Diamond) permitem mãos livres para escaladas ou montar barracas.

+Como Fazer Amigos Durante Suas Viagens

Já as lanternas de mão com modo SOS são ideais para sinalização noturna.

Hidratação e Nutrição: Combustível para o Corpo

Água é prioridade absoluta, mas a quantidade varia conforme a intensidade da trilha e o clima.

Em regiões quentes, como o sertão nordestino ou o Cerrado, levar na mochila em uma trilha pelo menos 3 litros por pessoa é o mínimo recomendado.

Sistemas de hidratação com tubo (como os da CamelBak ou Deuter) são práticos, mas tenha sempre uma garrafa auxiliar—se o reservatório furar, você não ficará desabastecido.

Para quem prefere soluções sustentáveis, filtros portáteis (como o LifeStraw) permitem beber água de rios e córregos com segurança, eliminando bactérias e protozoários.

No entanto, em áreas com possível contaminação química (como agrotóxicos), apenas água engarrafada ou tratada com pastilhas de cloro é segura.

Alimentação deve ser leve, mas energética. Barras de proteína com alto teor de carboidratos complexos (aveia, quinoa) evitam picos glicêmicos.

+Dicas Inteligentes para Evitar Excesso de Bagagem em Viagens Aéreas

Frutas desidratadas, como damasco e banana, são ricas em potássio, prevenindo cãibras.

Evite alimentos gordurosos ou de digestão lenta—um erro comum é carregar sanduíches com maionese, que podem estragar em poucas horas sob o sol.

Tecnologia e Navegação: Modernidade a Serviço da Aventura

Apesar da popularidade dos smartphones, confiar apenas em aplicativos como Google Maps ou AllTrails pode ser arriscado.

Zonas remotas, como a Chapada Diamantina, frequentemente têm áreas sem sinal. Levar na mochila em uma trilha um GPS dedicado (modelos Garmin ou Suunto) com mapas offline é a escolha mais segura.

Esses dispositivos também costumam incluir bússola digital e altímetro, úteis para trilhas em altitude.

Leia também: 10 Motivos para Viajar Mais e Explorar o Mundo

Para quem prefere métodos tradicionais, mapas topográficos impressos em material resistente à água são indispensáveis.

Aprender a usá-los antes da aventura é crucial—muitos parques nacionais oferecem cursos básicos de orientação.

Um erro comum é não marcar pontos de referência visuais, como picos ou rios, o que pode levar a desorientação em terrenos uniformes, como dunas ou florestas fechadas.

Power banks com mais de 10.000 mAh garantem energia para vários dias, mas modelos solares (como os da Anker) são interessantes para expedições mais longas.

Só não esqueça: painéis solares são ineficientes em dias nublados ou sob densa vegetação.

Vestuário e Acessórios: (o que levar na mochila em uma trilha)

Roupas inadequadas são uma das principais causas de desconforto em trilhas.

O conceito de “camadas” é fundamental: uma primeira pele térmica (em polipropileno ou merino wool), uma camada intermediária (fleece) e uma externa impermeável (como jaquetas com membrana Gore-Tex).

Esse sistema permite ajustes rápidos conforme a temperatura—útil em regiões como a Serra Gaúcha, onde o clima muda bruscamente.

Calçados devem ser escolhidos conforme o terreno.

Para trilhas secas e rochosas, tênis de approach (como os da La Sportiva) oferecem aderência sem o peso de botas.

Já em terrenos lamacentos ou com rios, botas impermeáveis com solado Vibram são ideais.

Um truque pouco conhecido é usar gaiters (proteções para o tornozelo) para evitar que pedras e insetos entrem no calçado.

Meias são frequentemente negligenciadas, mas fazem diferença. Modelos com reforço no calcanhar e dedos (como as da marca Smartwool) reduzem atrito e mantêm os pés secos.

Evite algodão—ele retém umidade e aumenta o risco de bolhas.

Respeito ao Meio Ambiente: Consciência Ecológica

O movimento Leave No Trace ganhou força globalmente, e no Brasil não é diferente. Levar na mochila em uma trilha um saco de lixo resistente (de preferência reutilizável) é obrigatório.

Restos de alimentos, mesmo orgânicos, devem ser recolhidos—cascas de banana, por exemplo, levam até 2 anos para decompor e alteram o ecossistema local.

Repelentes e protetores solares devem ser biodegradáveis.

Marcas como a Bioart e a L’Occitane oferecem opções sem oxibenzona, químico que danifica recifes de corais e cursos d’água. Outra dica é evitar perfumes, que atraem abelhas e outros insetos em áreas de mata fechada.

Para necessidades fisiológicas, cave um buraco de pelo menos 15 cm de profundidade (a 60 metros de fontes de água) e utilize papel higiênico biodegradável.

Conclusão (levar na mochila em uma trilha)

Planejar o que levar na mochila em uma trilha vai além de simplesmente encher um espaço com itens aleatórios.

É uma questão de equilíbrio entre peso, utilidade e segurança. Em 2025, com avanços em materiais ultraleves e tecnologias portáteis, é possível estar preparado sem carregar excessos.

O segredo está na antecipação: estude o clima, o terreno e suas próprias limitações físicas.

Converse com quem já percorreu o trajeto e adapte seu kit conforme as necessidades. Lembre-se de que, na natureza, autossuficiência é virtude.

Boa trilha—e que suas únicas lembranças sejam as paisagens, não os imprevistos.

(Atualizado em abril/2025, com base em normas de segurança da Confederação Brasileira de Montanhismo e recomendações de guias certificados.)

Tabela de Referência (Dados Reais)

(Fonte: Manual de Segurança em Trilhas – Confederação Brasileira de Montanhismo, 2024.)

Dúvidas Frequentes

1. Posso usar mochilas comuns em vez de mochilas de trekking?
Sim, mas modelos específicos oferecem melhor distribuição de peso, alívio na coluna e compartimentos estratégicos. Para trilhas curtas, mochilas de 20-30L com alças acolchoadas são suficientes.

2. É seguro beber água de rios com filtros portáteis?
Filtros removem bactérias e protozoários, mas não vírus ou químicos. Em áreas suspeitas, combine filtragem com pastilhas de purificação.

3. Qual o melhor calçado para trilhas com rios?
Botas impermeáveis com solado aderente (ex.: Merrell Moab) ou sandálias específicas para trekking (como as da Teva).

4. Como evitar animais peçonhentos?
Use botas altas, evite andar à noite sem luz e nunca coloque as mãos em buracos ou sob pedras.

5. Posso carregar apenas o celular como GPS?
Não é recomendado. Celulares podem descarregar, quebrar ou perder sinal. Leve sempre um mapa físico como backup.

6. O que fazer em caso de tempestade?
Afaste-se de árvores isoladas, áreas abertas e cursos d’água. Agache-se em locais baixos até a chuva passar.

Enrique Medeiros Publicado em 8 de abril de 2025